Por delicadeza
Bailarina fui
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado
Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi:
«Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida»
Bailarina fui
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado
Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi:
«Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida»
Sophia de Mello Breyner Andresen, em “O nome das coisas”.
No poema a cima, a autora compara a sua vida á uma
bailarina, pois na dança que é a vida, ela não soube dançar, apenas deu alguns
passos para poder acompanhar. Na loucura da vida, perdeu-se numa profunda
agitação, pois era cega e não sabia movimentar-se nesse imenso nó que é a vida,
um nó que nunca foi desatado.
A autora termina o poema citando Rimbaud, onde a citação
do mesmo enfatiza o tema colocado pela autora; na delicadeza de tentar ser uma
bailarina nessa imensa vida tormenta, com toda suavidade perdeu a sua vida de
verdade.
Referências bibliográficas: http://www.portaldaliteratura.com/poemas.php?id=1317
Referências bibliográficas: http://www.portaldaliteratura.com/poemas.php?id=1317
Perfeito ...Adoro todos os dois poemas e acho que poderão fazer a análise do poema : Canção da torre mais alta ...
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