segunda-feira, 15 de maio de 2017

Análise do poema Por delicadeza- Sophia de Mello

Por delicadeza

Bailarina fui
  Mas nunca dancei
  Em frente das grades
  Só três passos dei

  Tão breve o começo
  Tão cedo negado
  Dancei no avesso
  Do tempo bailado

  Dançarina fui
  Mas nunca bailei
  Deixei-me ficar
  Na prisão do rei

  Onde o mar aberto
  E o tempo lavado?
  Perdi-me tão perto
  Do jardim buscado

  Bailarina fui
  Mas nunca bailei
  Minha vida toda
  Como cega errei

  Minha vida atada
  Nunca a desatei
  Como Rimbaud disse
  Também eu direi:

  «Juventude ociosa
  Por tudo iludida
  Por delicadeza
  Perdi minha vida»

Sophia de Mello Breyner Andresen, em “O nome das coisas”.


     No poema a cima, a autora compara a sua vida á uma bailarina, pois na dança que é a vida, ela não soube dançar, apenas deu alguns passos para poder acompanhar. Na loucura da vida, perdeu-se numa profunda agitação, pois era cega e não sabia movimentar-se nesse imenso nó que é a vida, um nó que nunca foi desatado.
    A autora termina o poema citando Rimbaud, onde a citação do mesmo enfatiza o tema colocado pela autora; na delicadeza de tentar ser uma bailarina nessa imensa vida tormenta, com toda suavidade perdeu a sua vida de verdade.

Referências bibliográficas: http://www.portaldaliteratura.com/poemas.php?id=1317 

Um comentário:

  1. Perfeito ...Adoro todos os dois poemas e acho que poderão fazer a análise do poema : Canção da torre mais alta ...

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